sobota, 17 października 2009

A Canção de Lisboa - o primeiro filme sonoro português

A Canção de Lisboa realizado em 1933 por José Cottinelli Telmo é o filme que inaugura género cinematográfico: A Comédia Portuguesa.
Na época obteve grande sucesso e êxito do público, não apenas em Portugal mas também nos então territórios de Ultramar e Brasil. Esse êxito deveu-se em parte ao carácter tipicamente português das personagens e das situações que permitia a total identificação dos espectadores com o filme. E em parte à introdução de canções que rapidamente se tornaram populares, não só neste filme mas em todos os outros do género.





O ENREDO

Vasco Leitão, estudante de medicina, vive da mesada das ricas tias de Trás-os-Montes que o consideram um aluno cumpridor. O Vasco informou-lhes já alguns vezes que era doutor, exercendo num riquíssimo consultório. As tias não sabem que Vasco prefere os retiros e os arraiais, folgar e cantar o fado. Sendo ele um audaz conquistador das raparigas, conquistou Alice (uma costureira do Bairro dos Castelinhos). Os azares de Vasco são constantes ao longo das suas peripécias - no mesmo dia em que reprova o exame de final de curso, recebe uma carta das tias onde lhe anunciam uma visita, a fim de conhecer a Lisboa que ainda não viram e de admirar a riqueza que promoveram ao sobrinho.
Chegadas a Lisboa, as tias, são roubadas e desmaiam. Incitado por Quinquinhas, Vasco é obrigado a transportar as tias desmaiadas na tipóia da tourada, mas as tias, entretanto, voltam ao estado consciente e apercebendo-se do seu transporte sentem-se indignadas e zangam-se com Vasco. Para apaziguar o sucedido, Vasco alia-se a Caetano e este mente às tias dizendo que Vasco é um sábio e um excelente médico, mas ele desconhece que o alfaiate actua com o interesse de "comer o dinheiro às velhotas", como profere o Sapateiro aquando da sua união com o alfaiate para deserdar Vasco, ficando eles com a herança.

As tias, já desconfiadas, descobrem o embuste de Vasco, quando este não tendo nenhum consultório para lhes mostrar leva-as ao Jardim Zoológico, onde é confundido com o Veterinário, consultando todos os animais do Zoo, pois cada consulta vale 20 escudos e Vasco aproveita a confusão para ganhar alguns "macacos", como ele diz ao empregado do Zoo, o Sr. Carneiro, que o acompanha nesta peripécia. Assim, sem fortuna das tias, apercebe-se da miséria, sendo salvo por Carlos, seu grande amigo, que lhe arranja num retiro de fado, o do Alexandrino, ocupação como fadista. É aclamado tanto na sua carreira de fadista como na de estudante, indo a exame onde aprova, finalmente, com 20 valores, o curso de medicína - "ele até sabe o que é o maistoideu". Tornando-se então médico casa com Alice, tendo entretanto feito as pazes com as tias, é respeitado e idolatrado por todos.





Actores e Técnicos

BEATRIZ COSTA - Alice
VASCO SANTANA - Vasco Leitão
ANTÓNIO SILVA - Alfaiate Caetano, pai de Alice
MANOEL DE OLIVEIRA – Carlos
TERESA GOMES - Tia de Vasco
SOFIA SANTOS - Tia de Vasco
ALFREDO SILVA - Sapateiro
EDUARDO FERNANDES - Quicas

Realizador - COTTINELLI TELMO

Argumento - COTTINELLI TELMO

Fotografia - HENRY BARREYRE, OCTÁVIO BOBONE
Produtor - TOBIS PORTUGUESA


A Canção de Lisboa no www.youtube.com

canção
o filme enteiro (em partes)

Fontes:
http://www.amordeperdicao.pt/basedados_filmes.asp?filmeid=152
http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Can%C3%A7%C3%A3o_de_Lisboa

14 komentarzy:

  1. Muito bem, na proxima aula vamos ver o filme ate ao fim e depois eh favor deixar aqui todos os comentarios (criticas/perguntas/curiosidades etc.)

    Kuba Jankowski

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  2. Tenho de dizer que o filme foi uma boa surpresa para mim. Normalmente não gosto de filmes velhos, especialmente produzidos antes da Segunda Guerra Mundial. Em geral acho-os aborrecidos. Com ‘A canção de Lisboa’ foi diferentemente, talvez por causa de ser do género da comédia que por acaso é o meu género preferido. O humor que aparece no filme acho bom e percebível não só para os portugueses. O filme fez-me rir muitas vezes o que acho o sucesso muito grande, especialmente que a primeira parte vi depois da noite quase sem dormir! Jogos de palavras em quais o humor do filme é baseado, acho que, podiam as vezes causar muitos problemas numa tradução boa para qualquer outra língua. Concluindo, estou muito feliz que a primeira comédia (sonora) portuguesa foi também a minha primeira que vi. O meu apetite para os outros filmes cresceu. :)


    Karolina Kowalska

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  3. Concordo com a Karolina. Os filmes da primeira metade do século XX normalmente custam mais de os ver uma vez que o cinema mudou muito (a técnica, o modo de representação, a maneira de que os actores actuam, etc.) Mudou também a realidade que apresentam e isso torna-os as vezes, como disse a Karolina, aborrecidos. Mas «A Canção de Lisboa» agrada muito. Talvez seja por causa da trama leve e humorística. O humor de algumas cenas era um bocadinho ingénuo e simples, mas haviam também umas "pérolas", como já mencionados jogos de palavras, cena da dança de Alice quando canta sobre o "Didalo" ou quando Vasquinho grita que está contra de fado. Gostei imenso!

    P.S. Beatriz Costa neste filme parece-me muito parecida com Liza Minelli no «Cabaret». Não sei por que, se calhar por causa dos cabelos e dos olhos grandes. Não acham? ;)

    Ola Józiak

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  4. Para mim os filmes das épocas passadas são umas maravilhas. Gosto deles porque mostram outra realidade, vestidos, hábitos, mentalidade. Em geral aprecío muito a cinematografía dos anos ’20 i ’30 coom as técnicas pouco avansadas os actores i directores conseguiram cirar umas pérolas.
    "Canção de Lisboa" surpreendeu me muito que dos filmes portugueses que tinha visto não gostei nada e este era muito bom. As personagens, canções e humor apresentado neste filme faziam me rir, ri-me das situações de maneira em que o Vasco tenteava passar a vida, das facetas das tias velhas. Todo o filme para mim cria um ambiente suave, ligerio, perfeito para o divertimento, para por um momento só esquecer-se da vida que não smpre traz o fim tão feliz.

    Anna Wilk
    p.s o blogue não quis aceitar as aspas, por isso não as usei

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  5. Como a Karolina e a Ola, eu não sou fã de filmes velhos, mas eu gostei imenso do filme "A Canção de Lisboa", o que foi para mim uma surpresa, e posso dizer que foi o melhor dos filmes velhos que eu vi.
    O humor representado no filme não sempre foi do nível mais alto do mundo, mas eu gostei da maioria dos jogos de palavras, e muitas cenas cómicas fizeram-me rir.
    Impressionante foi para mim o modo de atuar dos atores - os gestos, a mímica - como se não fosse o filme, mas uma peça de teatro. Depois da última aula já sei porque: os atores do filme foram também atores teatrais.
    Eu queria mencionar também que o filme mostra a beleza da cidade, pode se ver a arquitetura de Lisboa, e também, numa cena de sonho da Alice (quando ela imagina o seu casamento), pode se ver a beleza da Sintra.
    E ainda algo sobre a música: no filme há muitas cenas musicais (algumas muito boas, como o concerto de fado do Vasco, ou já mencionada a cena de dança da Alice), mas há também momentos sem música e som nenhum, o que me desiludiu um pouco.
    Eu gostei também de várias ideias surpreendidas (por exemplo a cena de girafa e chapéu, e especialmente a cena com o funil).
    Depois de assistir o filme tenho vontade de ver mais comedias à portuguesa :)

    Agata Bojanowska

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  6. 'A cancao de Lisboa' nao foi o meu primeiro encontro com os filmes dos anos 30 pois adoro as nossas producoes polacas com Eugeniusz Bodo ou Hanka Ordonowna. Fiquei encantada com os primeiros minutos do filme - vista a cidade, panorama bonita dos predios e monumentos bem conhecidos para as pessoas que ja tinham visitado Lisboa.As piadas e os jogos de palavras no filme sao um pouco ingenuous, mas quem presta atencao se fazem-nos rir-se? (Gostei muito da cena da danca da Alice, quando canta sobre o 'Didalo', os gestos comicos e a sua voz sao incriveis). Para mim as cancoes sao o elemento mais interessante nos filmes velhos, este momento quando actor/actriz esta a cantar e parece que todo mundo esta a ouvir (como quando Vasco fica sentado na escada e canta a sua historia verdadeira). Gostei imenso desta comedia a portuguesa.

    Ania Szostek

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  7. Concordo com as menincas. Não me imagino que alguem possa ver o filme e não reagir com riso, ou pelo menos sorriso, em certos momentos. Se o filme não tivesse tanto encanto, podia ser um pouco chato, porque na verdade nada de surpreendente aconteceu, a trama foi pouco original (claro, talvez fosse muito original nos seus tempos).
    Surpreendeu-me que no primeiro filme sonoro português o som foi realmente de boa qualidade, pensava sempre que, como os inícios são sempre difíceis, os primeiros filmes de cada tipo não podiam ser tão bem sucedidos. Mas acho que tem de ser a culpa da ignorância minha:)

    Ania Lenkiewicz

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  8. O filme e maravilhoso, especialmente as cenas de dancas. Eu gostei sempre das producoes dos anos 30, especialmente polacas com Adolf Dymsza e Mieczysława Ćwiklińska. Acho que a "Cancao de Lisboa" segue o mesmo padrao de estetica. O aspecto tecnico, as maquilhagens, a mimica dos actores - tudo isso parece comum para os filmes daquela epoca. A trama do filme e bem composta, as personagens encarnam varias falhas da sociedade (p.ex. o pai calculista de Alice personifica a avidez). Concordo com a Ania, que a qualidade do som e surpreendentemente boa apesar de o filme ser a primeira producao sonora em Portugal.

    Agnieszka Kowal

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  9. Eu nunca antes vi um filme portugues tao engracado e interessante como este. Normalnente associo a cinematografia portuguesa com as coisas menos captivantes. Nao gostava de personagem de Vasco Leitao, porque havia albo muito irritante no seu modo de actuar, mas o resto foi optimo! Nao sou grande apoiadora dos filmes antigos, porque simplesmente prefiro o cinema mais novo, mas sempre tenho muito prazer em encontrar as perolas como "A cancao de Lisboa". Este filme mostra o lado menos serioso dos portugueses e tambem o que e extraordinario nao e cheio da saudade:)
    Acho que este filme devia ser traduzido para polaco, porque na minha opinhao muitas pessoas gostariam de o ver, estariam tao encantadas com este filme como eu estou.

    Marta Sadluk

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  10. Como outras meninas gostei muito do filme. E simples mas muito divertido, captivante e tem o encanto dos filmes velhos que sempre sao um pouco teatrais, com as personagens caracteristicas. Fez-me rir o que, na minha opiniao, nao e uma tarefa facil para o filme tao velho e do outro pais onde o sentido de humor e com certeza um pouco diferente. Tambem acho que as cenas de danca da Alice e quando o Vasco diz que e contra o fado sao maravilhosas! Algumas meninas escrevem que o humor e as vezes um pouco ingenuo mas eu penso que isso e a convencao do filme- e leve, divertido e para todos:)

    Magda P.

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  11. Não vou ser original, mas tenho de dizer que adoro os filmes velhos como éste. A grandeza do filme reside, em primeiro lugar, na originalidade do diálogo que ainda hoje diverte os espectadores e que é saboroso, vivo e escorreito. Destacam também os episódios humorísticos. O argumento quase não existe, no entanto, o filme não é aborrecido. Vi-o completo, da primeira à última cena, com um interesse imenso.
    O filme foi realizado com a ajuda dos especialistas de fora de Portugal. No entanto, nem esta fita nem o cinema português deixaram dominar-se pelos estrangeiros (o que na minha opinião ocorre com as produções polacas). Surpreende-me também o profissionalismo com que o filme está feito. Cottinelli não tinha experiência anterior, além disso, a indústria cinematográfica em Portugal era muito nova. No entanto, o filme é uma pérola. Claro, que a obra não é impecável porque a acção (como mencionei) não é desonvolvida e há ``alguns deslizes de montagem´´ - como sublinha M. Félix Ribeiro no jornal ``Diário da Manhã´´. Para mim, uma história fácil da costureira e do estudante, o seu romance e o sentimento de desesperança combinado com os ciúmes formam em conjunto uma base perfeita para rodar o filme. Outra questão é que o final não é nenhuma surpresa, já que desde o princípio podemos pressentir uma conclusão feliz. Também a maneira de actuar dos intérpetes é as vezes demasiado teatral (já que trabalhavam no teatro...), mas em geral as personagens que intervêm na anedota são interessantes, pitorescas, e incluso, provocam riso. Sinto também uma forte presença de caricatura ou ironia (especialmente nas cenas da Sociedade Recreativa) quanto a ``descrição´´ de alguns carácteres do filme. Contudo, gostei muito desta fita, especialmente dos episódios no Jardim Zoológico ou da prova do fato.

    Kasia Dembowska

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  12. A Canção de Lisboa foi um filme de culto, sendo a primeira comédia populista do cinema português (o género de maior sucesso do cinema nacional nos tempos áureos da sétima arte em Portugal) sendo também o primeiro filme sonoro falado em português. Como escreveu jornalista Fernando Fragoso num Jornal Cinéfilo: " O público, como mandava a mais elementar justiça, aplaudiu e consagrou o filme como um magnífico espectáculo.” Pessoalmente não sou fã dos filmes antigos e A Canção de Lisboa não me convenceu de mudar o meu gosto. Isto não deriva dum facto, que sou uma ignorante- sei que não posso exigir muito dum filme que foi realizado na década 30, num período em que a cinematografia portuguesa foi ainda no inicio do seu desenvolvimento. A única cena que me entreteve foi quando Alice (Beatriz Costa) faz uma cómica intervenção musical durante o concurso presidido pelo próprio pai em que foi eleita “Miss Castelinhos”. O resto...não quero comentar. Por fim, queria referir-se a uma curiosidade: como a Kasia já mencionou, o diretor do filme- Cottinelli Telmo (1897-1948) não tinha experiência anterior (ate nunca antes entrou num estúdio) quando realizou o filme. Além disso foi o único filme realizado por ele, com argumento, planificação e montagem da sua autoria. Mas a sua carreira profissional não se limitou só a cinematografia. Telmo notabilizou-se pela sua carreira de arquitecto, sendo da sua autoria algumas obras importantes na capital e a planificação de acontecimentos marcantes como a Exposição do Mundo Português. Não mina opinião foi melhor arqitecto do que diretor...

    Marysia Tomczyk

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  13. Acho que como “Canção de Lisboa” é o primeiro filme sonoro português, não se pode falar dele sem mencionar o primeiro filme sonoro do mundo. Esse foi “O Cantor de Jazz” (ing. “The Jazz Singer”), um filme americano de Alan Crosland, de 1927, com grande papel do Al Jolson. A música neste filme, como em “Canção de Lisboa” é um elemento principal, contudo, os dois são bem diferentes. “O Cantor de Jazz” foi considerado o primeiro filme sonoro por causa das palavras faladas numa canção, ebora o som e a imagem fossem gravados separados. A “Canção de Lisboa”, realizada seis anos mais tarde já foi feita noutra realidade técnica, e me traz a memória outro filme clássico Chapéu Alto (ing. Top Hat), um musical de Mark Sandrich de 1935. Obviamente nos termos do conhecimento técnico, por causa do tempo em que foram realizados, estes dois filmes estão mais pertos.
    A “Canção de Lisboa” é cheia das relações culturais, do fado até a arqueitectura lisboeta bem exponda nas tomadas. A historia, simples e baseada num pequeno engano, como na boa comédia, não é muito exigente. Este filme, sendo o primeiro sonoro, é também “a primeira comédia populista do sinema português – o género de maior sucesso do cinema nacional” português (http://cine7.blogspot.com/2005/11/cano-de-lisboa.html). Boa, para seus tempos (mas não tão boa como a americana) realização, truques da linguagem e a música são, sem dúvida, valores do dito filme. Como sua desvantagem podia-se tratar a sua acção, porque se desenvolve lentamente e pode aborrecer um pouco o público.
    Tendo em conta muito boa actuação dos grandes actores portugueses (3 papéis principáis), o facto de que o filme foi o pioneiro do seu género, e que foi o único filme do José Cottinelli Telmo, não se pode não apreciá-lo. E o seu grande sucesso garantizu a “comédia à portuguesa”, um género ligeiro, simples, com grande significado do humor, uma posição dominante para próximos 20 anos.

    Para mim o filme é bom exemplo do clássico cinematográfico português. De 1 a 6, dou-lhe 4+.

    Agata D.

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  14. Como Karolina não gosto dos filmes velhos, especialmente filmes pretos e brancos. Normalmente os filmes desse tipo são muito aborrecidos. Por isso ‘A canção de Lisboa’ foi uma boa surpresa para mim porque não foi um filme chato. Ao Contrário foi um filme muito interesante e fez-me rir muitas vezes. Inúmeros elementos cómicos enlaçados com elementos musicais deram alma e vida à história apresentada no filme. Gostei também que o filme começou com uma vista panorâmica da cidade de Lisboa. Vimos o Terreiro do Paço e as casas típicas portuguesas nas ruas antigas da ciade. No início do filme um ambiente foi muito calmo que logo contrastou com a correria desajeitada de Vasco Leitão, estudante finalista do curso de Medicina que sobrevive na capital à custa da mesada das tias de Trás-os-Montes. Vasco Leitão foi a minha pessoa mais favorita dos protagonistas do filme ‘A canção de Lisboa’ e ele fez-me rir muitas vezes.

    Marta Seremak

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