środa, 25 listopada 2009

Aldeia da Roupa Branca de Chianca de Garcia

Aldeia da Roupa Branca é uma longa-metragem portuguesa de 1938, que estreou-se em 1939, sendo uma comédia de cunho popular.



A SINOPSE

A vida, os costumes pitorescos, quezílias e paixões dos populares que se encarregam da lavagem de roupa de lisboetas - indústria artesanal mas competitiva... A concorrência entre transportadores: o tio Jacinto e a azougada afilhada, Gracinda, com a viúva Quitéria e o seu filho Luís.

O filme tem por tema um assunto tipicamente português: um panorama pitoresco e cheio de carácter, com um conteúdo quer amável, quer ligeiramente irónico, com muita vivacidade, e com um tom agradável e simpático constantes. Retrata assim a típica regiăo dos arredores de Lisboa e dos seus habitantes - os saloios, cuja actividade principal consistia ou no cultivo da hortaliça ou no lavar da roupa dos lisboetas. Para o filme construiu-se especialmente num terreno ao lado do estúdio uma típica aldeia saloia. Todos os seus pormenores revelam um preciso sentido de observaçăo por parte de Chianca de Garcia, tornando-se este num dos seus melhores e mais destacados trabalhos do cinema português



"Mesmo que não se queira ir tão longe, há indiscutíveis afinidades com outro filme soviético: Vessiolye Rebyate (1934) do antigo assistente de Eisenstein, Alexandrov, que em Portugal correu sob o título "Os Alegres Foliões". O ritmo da "Aldeia", o uso da montagem no filme (com a corrida das galeras) e sobretudo o aproveitamento das canções (talvez as mais célebres do cinema nacional) descendem do filme de Alexandrov e a "Aldeia" - até no seu ruralismo primário - é a versão portuguesa de um conflito à portuguesa, adaptação possível da luta de classes em lutas de grupos. (...) Mas sobretudo "A Aldeia" é Beatriz Costa, na última das suas criações cinematográficas. Julgo, pessoalmente, que o mais belo grande plano de mulher do cinema português é aquele em que ela canta os três corpetes e um avental/sete fronhas e um lençol/três camisas dum enxoval/que a patroa deu ao rol".

João Bénard da Costa, in Histórias do Cinema, ed. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1991.



Actores

BEATRIZ COSTA – Gracinda
JOSÉ AMARO – Chico
MANUEL SANTOS CARVALHO - Tio Jacinto
ÓSCAR DE LEMOS – Luís
ELVIRA VELEZ - Viúva Quitéria
ARMANDO MACHADO - Zé da Iria
OCTÁVIO DE MATOS - Simão, o Chefe da Banda

Direção - Chianca de Garcia

Música - Raul Portela, Jaime Silva, Raul Ferrão

Aldeia da Roupa Branca no youtube.com:

canção


fontes
http://www.amordeperdicao.pt/filmes.asp?filmeid=323
http://www.citi.pt/cultura/teatro/artistas/beatriz_costa/aldeia_r_branca.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Aldeia_da_Roupa_Branca

11 komentarzy:

  1. Na página www.citi.pt/cultura/teatro/artistas/beatriz_costa/aldeia_r_branca.html podemos encontrar a seguinte opinião de Chianca de Garcia sobre a sua concepção do cinêma português: «No cinêma nacional procure-se aquilo que tiver caráter e realidade nacional (...) O cinêma português deve contar-nos histórias que o povo sinta, compreenda e viva (...) Foi este pensamento que me guiou a executar a "Aldeia da roupa branca"». Se acreditarmos nas opiniões dos críticos daquela altura (vejam a secção Crítica dessa página), parece que o realizador conseguiu atingir o seu objectivo. Até aparece o comentário que "É a primeira e a mais positiva afirmação da independência e do progresso do cinêma nacional" (Augusto Fraga). Neste pano de fundo as sugestões de João Bénard da Costa a respeito da semelhança entre "Aldeia..." e um filme soviético Viessiolye Rebyate (1934) de Alexandrov ficam ainda mais interresantes. Mesmo assim, para mim o filme de Chianca de Garcia é uma representação de, se calhar, os começos do empreendedorismo português u um cunho de iniciativa própria gerados duma competição ou até uma rivalidade.

    Ola Józiak

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  2. Eu concordo com a Ola. O filme "Aldeia da Roupa Branca" é um exemplo muito bom do cinema nacional, que nos mostra um retrato da aldeia tipicamente portuguesa e os habitantes dela. Podemos ver os pormenores da vida quotidiana na aldeia: os costumes, canções, trabalho, relações entre os habitantes, jogos. Podemos observar também alguns acontecimentos especiais, por exemplo uma festa e uma peça do teatro (os trajes dos actores e os "efeitos especiais" parecem complicados demais, mas como eu não conheço tais acontecimentos nas aldeias, não os posso criticar).
    Algumas partes do filme são revolucionárias, modernas, e com certeza não foram fácil de filmar, como por exemplo a corrida e o acidente que aconteceu por causa dela.
    No filme há muitos elementos humorísticos e irónicos, porque a existência de duas famílias inimigas causa brigas, planos secretos e situações confusas.
    Para mim a função educatória do filme, que mostra que os jovens são precisos na aldeia e devem continuar a tradição da sua família e não escolher a vida na cidade, é muito importante.
    Todos os elementos que mencionei fazem que a "Aldeia da Roupa Branca" é um filme interessante, com humor, que se pode ver com prazer.

    Agata Bojanowska

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  3. Chianca de Garcia é um dos cineastas importantes da Geração de 30, que no ano 1939 apresentou uma das melhores comédias do cinema português: ``Aldeia da roupa branca´´. O filme foi escrito com a ajuda do dramaturgo dr. Ramada Curto e do poeta José Gomes Ferreira.
    A obra é risonha, alegre e agradável; realizada com um bom gosto. Não tem nada a ver com obras artificiais ou inverosímeis que foram realizadas antes. A ação tem lugar na região saloia ao norte de Lisboa, onde a camioneta substitui o tractor, o novo está em vez do velho. O filme mostra muitas sequências excelentes. Uma delas, na minha opinião, é a corrida de galeras (que provoca tensão) e outra é a batalha das bandas rivais. Também é inolvidável a cena que abre o filme: as mulheres lavam e secam roupa, entre eles está a azougada Beatriz Costa que canta: ``Água fria, da ribeira, / Água fria que o sol aqueceu, / Velha aldeia, traga a ideia, / Roupa branca que a gente estendeu. /Um lençol de pano cru, /Vê lá bem tão lavadinho, / Dormindo nele, eu e tu, / Vê lá bem, está cor de linho´´.
    Todas estas imagens trazem às telas uma frescura inefável dum povo sem folclore. O realizador não queria mostrar o mais bonito da aldeia. Isto não foi o seu objectivo. Chianca de Garcia, no meu parecer, procurava apresentar uma vida do povo verdadeira (as festas populares da aldeia, trabalhos quotidianos, rivalidade) que o cinema ainda dinamiza. El cineasta é um perfeito observador (às vezes irónico) que retrata a realidade que o rodeia até o menor detalhe. O ambiente, conflito e episódios são tão reais que parece que assistimos a uma história que teve lugar na realidade numa pitoresca aldeia saloia. O cineasta, graças à personagem de Chico, opõe a esta vida camponesa quase perfeita a vida na cidade, que parece ser menos valiosa e importante e serve de fundo.
    Quanto aos actores, Beatriz Costa, que era uma autêntica saloia, dá muita vivacidade ao filme, assim como um sentido verdadeiro à personagem. Outros intérpretes não são piores. As suas personagens parecem viver, estão psicológicamente certas. Ainda assim, a obra está cheia dum ar de realidade.
    Segundo Chianca de Garcia ``O cinema português deve contar-nos histórias que o povo sinta, compreenda e viva´´. E assim foi feito este filme.

    Kasia Dembowska

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  4. Beatriz Costa que desempenha o papel da Gracinda no filme Aldeia da Roupa Branca (e já a pudemos ver em Canção de Liboa) é uma das pessoas mais importantes na história do cinema português. Este filme foi o seu último mas isto não significa que a sua fama acabou com este filme. Ao seu 31 anos ela tornou-se tipo de padrão na cinematografia portuguesa. Como diz Vitor Pavão dos Santos: "Beatriz Costa era o padrão a que todos os outros actores se comparavam", "Era um termo de comparação".

    Concordo com a Kasia que Beatriz Costa neste filme dá muita vivacidade ao filme. Acho-a também muito bonita o que certamente a ajudo na cerreira :)

    Karolina Kowalska

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  5. Os filmes em que as personagens comunicam-se através das canções são difíceis para suportar. Mas quando o grupo de cem lavadeiras canta canções populares, a situação caí ao ridículo (e começa a ser perigoso para a saúde mental do espectador) . Contudo o filme realizado por Chianca Garcia é um dos clássicos imemoriais do cinema português da primeira metade do século XX. Por isso vale a pena vê-lo até ao fim, porque a obra constitui-se como um documento histórico muito interessante para quem queria estudar os costumes das aldeias que em meados do século XX abraçavam Lisboa. “ A Aldeia da Roupa Branca” retrata um meio rural, com uma passagem efémera pela grande cidade. Mostra a vida cotidiana, os costumes pitorescos, as zangas, as rivalidades e as paixões da pequena comunidade saloia da periferia do capital.
    Como sabemos, o filme conta uma história das duas famílias que lutam pelo monopólio do transporte das lavadeiras, que vão à capital para recolher as camisas e calças dos citadinos e entregar o frete da roupa já lavada...mas como sempre, o foco principal recai sobre o motivo amoroso. Beatriz Costa que criou a personagem principal feminina da jovem fadista Gracinda, confirmou a sua posição duma ícone da cinematografia portuguesa.
    Aproveitando a oportunidade de poder emprestar o DVD, vi os extras adicionadas ao filme, ente os quais encontrei o excelente documentário: “Beatriz Costa - Mulher sem Fronteiras”. É um filme de 55 minutos que traça o caminho percorrido pela actriz, combinando extractos do seu diário, testemunhos, imagens dos locais chaves da sua vida. Na verdade vale a pena vê-lo!

    Marysia Tomczyk

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  6. "A aldeia da roupa branca" conta a historia dos camponeses como se a vida no campo fosse verdadeiramente idilica. Mostra as tradicoes e rituais principais relacionados com o trabalho dos agricultores portugueses. A aldeia constitui um lugar aonde se pode voltar em cada momento, de que testemunha a cena do regresso de Chico quando todos os habitantes se transmitem a ultima novidade "Chico chegou". No filme aparecem tambem as cenas executadas em Lisboa, mas a cidade e o sinonimo da hipocrisia e da falsidade. Entre os camponeses surgem as vezes brigas e rusgas, mas sempre terminam com a reconciliacao - a mentalidade da gente e mais simples e facil de compreender. Acho que o objectivo principal de Chianca de Garcia, o director, foi mostrar a superioridade da aldeia, de suas poisagens e da arte rustica (musica, artesanato). Na minha opiniao o filme seria muito chato se nao houvesse nele a cena do acidente. Foi dramatica e muito bem filmada.

    Agnieszka Kowal

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  8. È difícil de acreditar, mas o topo da minha lista dos melhores filmes portugueses mudou. ''A Aldeia da Roupa Branca'' fez me rir e agradeceu também aos meus ouvidos, especialmente com a canção de introdução. Este filme está um pouco parecido com o filme polaco ''Sami swoi'' conta as peripécias de uma sociedade local agrícola. O que não gostei neste filme era o aspecto moralizador demasiado visível. Recomendo a todos que querem passar um tempo de forma leve e agradável.
    Anna Wilk

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  9. Chianca de Garcia usou neste filme um elemento que apareceu em muitas culturas – a luta entre duas famílias. Basear o enredo num conflicto deste tipo, é bom truque para atrair a atenção do público. Uma trama ligeira e divertida, uma história cotidiana, que trata das coisas que o povo pode sentir e compreender constituiem sucesso deste filme. “Com A Aldeia da Roupa Branca, Chianca de Garcia consegue o seu melhor filme, servindo-se de uma Beatriz Costa inspirada pelos ares da sua terra, a região saloia a norte de Lisboa, e actuando em estado de graça” (http://www.amordeperdicao.pt/filmes.asp?filmeid=323; João Bénard da Costa); “Todos os seus (do filme) pormenores revelam um preciso sentido de observação por parte de Chianca de Garcia, tornando-se este num dos seus melhores e mais destacados trabalhos do cinema português” (http://www.citi.pt/cultura/teatro/artistas/beatriz_costa/aldeia_r_branca.html); "o seu realizador conseguiu construír um grande, um admirável espectáculo, sem gastar uma fortuna. (...) um admirável fresco da vida rústica, tal qual de realidade, poderoso de sugestăo, alegre e vivo, com almas e ambientes, caracteres e estruturas, enfim, uma obra que, da primeira ŕ última cena, se pode considerar completa, total. (...) o público dirá, no entanto, é muito bom!” (In Diário de Lisboa (RIBEIRO, M. Félix, "Filmes, Figuras e Factos da História do Cinema Portuguęs, 1896 - 1949", Cinemateca Portuguesa, 1983, pp.398, 399). Belas vistas, boa música, são também uns dos elementos tipicamente portugueses usados nesta producção. Falando de “Aldeia de roupa branca” não se pode esquecer do papel de Beatriz Costa, a sua última criação, em que tem muita graça e alegria.

    O filme, “representante” da comédia à portuguesa é um pouco diferente da primeira deste género “Canção de Lisboa”. A acção é mais complicada e o trabalho da cámera mais vivo. Numa cena aparece também uma viagem em carruagem muito rápida, realizada com as curtas tomadas, muito dinámica e até dramática.

    Pessoalmente gostei do filme, e acho que a comédia à portuguesa é um dos melhores géneros da cinematografia portuguesa. Simplesmente: boa realização, boa história, boa música, bom papel de Beatriz Costa, fazem que o filme não podia ser um facasso. De 1 a 6 dou-lhe 5,5.

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  10. "Aldeia da Roupa Branca" foi o segundo filme que vimos juntos na aula. O que o junta com "A cancao de Lisboa" sao duas pessoas - Beatriz Costa e Vasco Santana. Mas nesta vez eles aparecem no ambiente totalmente diferente porque a accao tem lugar numa aldeia portuguesa.
    E um filme muito amavel, e foi uma grande prazer ve-lo. Adorei o caracter ludico desta obra. O tema nao e muito exquisito - porque o tema da luta de duas familias esta sempre presente na cultura europeia, mas apesar disso e um filme extremamente agradavel. Como a Ania ja disse a historia e um pouco parecida ao "Sami Swoi". Acho que a mentalidade das pessoas que moram nas aldeias (ou que moravam nas aldeias na primeira metade do seculo XX)e um pouco parecida. Por isso na minha opinhao apesar de este filme ser muito portugues e facil para nos - polacos compreende-lo.
    Ah!E a cancao deste filme! Eu nao posso esquecer esta melodia e ando sempre a canta-la quando tenho de arranjar o meu quarto!:)
    Marta Sadluk

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